Terca-Feira, 09 de Setembro de 2025

As quatro características comportamentais que definem as pessoas

Comportamento humano.

Situações socialmente relevantes que envolvem interações estratégicas entre as pessoas são muito comuns. Exemplos dessas interações incluem dilemas sociais em que o indivíduo enfrenta um conflito para decidir entre o interesse pessoal e o interesse coletivo.

Pesquisadores espanhóis e italianos estudaram o comportamento de pessoas de diferentes idades, níveis educacionais e status sociais diante de uma variedade de situações virtuais que exigiram escolhas estratégicas. A pesquisa envolveu 541 pessoas que voluntariamente aceitaram participar de quatro jogos diádicos: dilema dos prisioneiros (prisoner’s dilemma), caça ao veado (stag-hunt), gavião-pomba (hawk-dove) e harmonia (harmony).

A análise da atuação dos voluntários nos jogos permitiu aos autores concluir que todos os indivíduos podem ser enquadrados em um número limitado de fenótipos comportamentais: invejoso (30% da população), pessimista (21% da população), otimista (20% da população), confiante (17% da população) e indefinido (12% da população).

invejoso é um tipo de pessoa essencialmente competitiva, que sempre visa superar o outro. Ele não é cooperativo quando sente algum risco de ficar com recompensa menor do que a de outros. Otimistas e pessimistas são indivíduos que não se preocupam com o desempenho dos outros. Eles escolhem em suas vidas diárias estratégias sociais centradas nos próprios egos. O confiante é um indivíduo que se comporta sistematicamente de forma socialmente cooperativa. Já o indefinido é um indivíduo imprevisível que apresenta um comportamento errático, ora se enquadrando em um dos fenótipos, ora em outro.

A identificação desses fenótipos comportamentais básicos certamente contribuirá enormemente para o estudo do comportamento humano em situações sociais reais e poderá trazer implicações na formulação de políticas sociais e econômicas da vida real. Poderá ser aplicado, por exemplo, na construção de cenários de decisões políticas e em gestão de instituições e empresas.

Além disso, a pesquisa abriu relevantes linhas de investigação para o futuro. Por exemplo, a pesquisa apontou que a classificação fenotípica é independente de idade e de gênero. Enquanto a falta de dependência de gênero é razoável, é surpreendente que as crianças exibam comportamentos com classificação semelhante à dos adultos.

Claudio Macedo

Doutor em Física. Divulgador de Ciência. Professor da Universidade Federal de Sergipe (1976-2016). Escreve sobre Temas Variados da Ciência no Saense. https://saense.com.br/

Compartilhe esse Post

Feito com muito 💜 por go7.com.br